quarta-feira, 15 de maio de 2013

Lisboa eleita pela Entrepreneur


Lisboa foi eleita pela prestigiada revista Americana Entrepreneur como uma das nove cidades do mundo mais interessantes para lançar Empresas tecnológicas. São excelentes notícias para quem precisa de captar investimento e atenção do mundo dos negócios.

As restantes seleccionadas foram: Amsterdão, Bangalore, Bogotá, Dublin, Nairobi, São Petersburgo, Estocolmo e Toronto.

No sentido de reforçar o posicionamento de Lisboa nesta lista e, quem sabe, tentar colocar mais algumas cidades Portuguesas no "radar" (o meu Porto, pelo menos) importa reflectir sobre as razões que precederam a estas escolhas.

1.População qualificada / Ligação a Universidades
É o caso de Bangalore que atrai todas as pessoas tecnologicamente qualificadas na India e que querem seguir carreiras em Start-ups de tecnologia. No campo da ligação às Universidades temos ainda São Petersburgo (University of telecommunications), Estocolmo (Stockholm School of Entrepreneurship) e Toronto (Institute of Quantum Computing).

2. Acesso a Fundos de Investimento (especialmente internacionais) e incubadoras/aceleradoras
Neste campo a oferta nestas cidades é muito vasta. Temos um bom exemplo em Bangalore (Kyron Accelerator), alicerçado em investidores internacionais e em Toronto (Communitech), onde já se financiaram mais de 1000 Empresas que vieram a gerar receitas de $30Bi. Outro exemplos: iHub e NaiLab em Nairobi, Ontario Emerging Technology Fund, também em Toronto e a Incubator Ingria (São Petersburgo).

3. Fiscalidade
Dublin leva o pódio nesta matéria (IRC de 12,5%), que lhe permite atrair multinacionais como a Google, LinkedIn, Facebook, Yahoo, etc. que, por sua vez, necessitam de quadros qualificados e de outras Empresas de tecnologia à sua volta. Amsterdão também classifica bem nesta variável.

4. Pouca burocracia e baixos custos
Bogotá é a campeã da região no tempo necessário para criar Empresas, cerca de metade da média de toda a América Latina e Caraíbas! Também oferece custo de vida baixo, para Empresas e seus quadros. Amsterdão, Nairobi e Bogotá também classificam bem nesta variável.

5. Eventos/Instituições que promovem o empreendedorismo
Este tipo de iniciativas contribuem para atrair pessoas qualificadas e posicionar as cidades como "Business Friendly". Start-up Festival (Bangalore) e Web Ready Conference (São Petersburgo) são excelentes exemplos de eventos. Associações não-lucrativas como a Appsterdam (Amsterdão) e a Câmara de Comércio de Bogotá têm também um contributo importante na atractividade das respectivas cidades.

Lisboa integrou a lista pelo tempo e pela comida (claro!) mas também mereceu um grande destaque a existência da Start-up Lisbon, uma incubadora criada pelo Município de Lisboa, pelo Montepio e pelo IAPMEI que tem conseguido captar um leque de Empresas muito interessante e a Portugal Ventures (que não é só para Lisboa, mas os Americanos não sabem...), com Fundos de Investimento que totalizam €600M (embora a maior parte esteja já investido).

Se já temos o mais difícil (bom tempo e boa comida não se criam por decreto nem se compram com dinheiro), podemos criar condições para sermos muito atractivos para Start-ups. O velho sonho de sermos o Sillicon Valley da Europa é alcançável. A Alice sugere as seguintes áreas de actuação prioritária:

- Fiscalidade, fundamental para atrair multinacionais e quadros qualificados;
- Programas que potenciem a passagem de "know-how" das Universidades para as Empresas e "Spin-offs" Universitários;
- Redução da burocracia nos primeiros anos de vida das Empresas;
- Busca de uma área de especialização científica que possa servir como pólo de atracção internacional (à semelhança do que já hoje é a Fundação Champalimaud na sua área).

Tudo coisas que exigem apenas determinação, foco e alguma sensibilidade para aquilo que estas Empresas necessitam. Está ao nosso alcance!

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